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Cristiano Vicente

Diretor de Inovação e Tech da Gröwnt

Queda de US$ 1 trilhão: Como o DeepSeek derreteu o valor das big techs americanas (e o que significa para sua empresa)

DeepSeek: especialista analisa como IA chinesa ameaça big techs

Queda de US$ 1 trilhão: Como o DeepSeek derreteu o valor das big techs americanas (e o que significa para sua empresa)

A startup chinesa DeepSeek assombrou o mercado esta semana ao lançar o que parecia impossível até então: uma IA generativa de alta eficiência e menor custo de desenvolvimento.

 

O terremoto causado pela DeepSeek na IA não tem volta. Com desempenho de ponta e custo mínimo, a startup assombrou o mercado de tecnologia norteamericano.

 

 

O DeepSeek R1 é gratuito, tem código aberto e superou o número de downloads do ChatGPT.  Segundo benchmarks, o R1 rivaliza com o GPT-4 da OpenAI em desempenho, mas custa apenas 3% a 5% do valor gasto no ChatGPT.  

A notícia atingiu Wall Street como um balde de água fria e disparou uma onda de choque de US$ 1 trilhão pela economia. Big techs como Microsoft, Google, Meta e OpenAI viram seu valor de mercado despencar, enquanto a Nvidia levou o maior golpe. A gigante dos chips perdeu US$ 500 bilhões — o equivalente a um Stargate — em uma manhã. Foi a maior queda desse tipo em toda a história do mercado de ações dos EUA.  

 

O impacto foi devastador.  As ações de IA estavam em alta há meses, mas com o R1 em cena, o mercado quer saber se o hardware fabricado pela Nvidia é tão crucial quanto a indústria tech americana afirmava ser. Sem contar que, com a nova concorrente, empreendedores como Sam Altman, CEO da OpenAI, serão forçados a otimizar seus produtos existentes com menor custo computacional. 

 

Com esse contexto, a especulação sobre a veracidade dos dados aumenta, especialmente quanto ao custo para treinar o modelo. O desenvolvimento, segundo os chineses, custou US$ 6 milhões em capacidade computacional. Isso é um décimo dos US$ 60 milhões gastos pela Meta na elaboração de seu mais recente sistema de IA, o Llama 3.2. 

 

A mensagem é clara: Os EUA finalmente têm um concorrente à altura na corrida pela supremacia tecnológica. 

 

O que esperar? Ao longo dos próximos dias, os dados divulgados pela DeepSeek devem ser confirmados ou negados. E aí nos resta aguardar qual será o caminho da startup.  

 

Adianto que, sendo uma empresa chinesa e avaliando o atual cenário geopolítico, algumas autoridades e executivos do meio podem tentar desmerecer o feito ou questionar a imparcialidade da empresa em função da origem chinesa, a exemplo do que o TikTok está passando. Se é correto ou não, não julgarei, mas certamente o tema será trazido à tona. 

 

No Brasil, mudanças imediatas são improváveis, já que empresas precisam validar segurança e eficácia do modelo. No médio prazo, porém, a DeepSeek pode democratizar o acesso à IA, especialmente para quem temia custos altos ou riscos de segurança de dados.  

 

Isso levanta a pergunta crucial: afinal, as empresas estão preparadas para a IA? A resposta é um firme e sonoro não. Para aproveitar a tecnologia, dados organizados e estratégicos são essenciais – e isso vai muito além de planilhas de Excel.